A percepção de si como sujeito-da-doença
Open Access
- 1 January 1991
- journal article
- Published by FapUNIFESP (SciELO) in Physis: Revista de Saúde Coletiva
- Vol. 1 (2) , 143-155
- https://doi.org/10.1590/s0103-73311991000200008
Abstract
Este artigo tem como objetivo retomar a análise de Michel Foucault sobre os tipos de poder que tornam os seres humanos sujeitos, para pensar a questão de como o sujeito se percebe a si próprio como passível de ser um sujeito-da-doença. O corpo sujeitado pela doença expressa concretamente como se estabelece uma relação de poder. Procurando analisar essa configuração, tento caracterizar, em primeiro lugar, as condições externas para a percepção de si como sujeito e, em seguida, a articulação interna, ou seja, como o próprio sujeito se vê. As raízes sociais da percepção de si como sujeito remetem aos diversos discursos sobre/do sujeito, que correspondem a estratégias de determinados sistemas (religioso, da medicinae outros). Todavia, do ponto de vista do sujeito, a condição para uma percepção de si como passível de ser sujeito-da-doença está presente na medida em que se vê, de um lado, cuidado pelo Estado e, de outro, cuidando de si. A partir daí, procuro mostrar como decorre o "tornar-se doente", termo genérico que abrange três formas seqüenciais: "estou doente", "sou doente", "sou paciente".Keywords
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