Abstract
Foi examinada clínica e bioquimicamente uma coletividade de 4208 indivíduos que se tinham como normais e constituída por acompanhantes de pessoas que se utilizavam dos serviços dos Centros de Saúde da Capital.No presente trabalho examinamos os resultados pertinentes às deficiências do complexo B, isto é, à deficiência de tiamina, de riboflavina e de niacina. Foi lembrado o relativo valor patognomônico de cada um dos sinais e sintomas das deficiências do complexo B. a) Tiamina Sinais e sintomas relacionados ao sistema nervoso, ao aparelho digestivo e ao cardiovascular foram pesquisados e os resultados encontram-se no Quadro XXI e XXII. Pesquisamos a sensação vibratória em 2336 indivíduos, com um diapasão de 256 C.P.S. e obtivemos o que consta do Quadro XX. Procuramos ver se nos indivíduos que já apresentavam sintomas ou sinais tidos como os mais representativos da hipotiaminose a incidência de outras manifestações de deficiências era mais alta que nos restantes. Associando sintomas e sinais ligados aos distúrbios do sistema nervoso (veja págs. 45, 46 e 47) encontramos coeficientes de Pearson, x2, que traduziram associações altamente significantes e coeficient:s de Yule, Q, indicando associações positivas. As probabilidades, P, de um indivíduo que tenha uma ou mais das manifestações do sistema nervoso ter outras ligados à hipovitaminose B1 foram sendo cada vez maiores. Associando sintomas e sinais ligados às perturbações do aparelho digestivo (veja-se págs. 48 e 49) obtivemos valores de x2 altamente significantes e os de Q indicando associação positiva. Finalmente, tentando associações de alguns sintomas e sinais ligados ao sistema cardiovascular e que mais freqüentemente ocorrem no período prodrômico de deficiência de tiamina (veja-se págs. 50 e 51) verificamos que, no que se refere às intercorrências dos sintomas entre si, houve associações altamente significantes e positivas. Com relação, entretanto, ao sinal "edema dos membros inferiores", obtivemos para x2, um valor não significante ao nível de 5%. Êste achado é corroborado pelo valor muito baixo de Q, assim como pelo valor da probabilidade, P, próximo de 50%. Medimos a excreção urinária de tiamina em 165 indivíduos de nossa amostra e os resultados, divididos em grupos, estão representados no Quadro XXIII. A média da eliminação urinária foi de 248,18 y de tiamina por grama de creatinina excretada e ainda o desvio padrão S = 238,384 e o êrro padrão da média = 18.623. A distribuição da incidência de sintomas e sinais de hipovitaminose B1 nos grupos cuja eliminação foi maior ou menor de 150 y de tiamina por grama de creatinina está resumida no Quadro XXIV. Por êste quadro verificamos que as maiores percentagens de ocorrência de sintomas e sinais de hipotiaminose. entretanto, estão localizadas, indiferentemente, nos dois grupos considerados e isto nos leva a crer que, pelo menos em relação à vitamina B1 , não houve correlação entre a excreção urinária de tiamina e o aparecimento maior de sintomas e sinais tidos como característicos da deficiência de vitamina 81. Tudo nos levou a crer que a dosagem da excreção urinária de tiarnina nos dá apenas a situação do indivíduo no momento em que se faz a coleta de urina, enquanto que a análise dos sinais e sintomas desta deficiência, traduz melhor a história da nutrição da coletividade. b) Riboflavina. Sinais e sintomas cutâneos, oculares, labiais e linguais ligados à deficiência de riboflavina em nossa coletividade, foram pesquisados e os resultados, expressos em percentagens, acham-se resumidos no Quadro XXVI. A ocorrência de seborréia facial, sua distribuição percentual segundo a localização e segundo o gráu acha-se no Quadro XXV. Mais de 90% das seborréias faciais encontradas foram classificadas no gráu 1, isto é, muito leves. Também no que se refere a incidência de estomatite angular, 92,59/'é dos portadores desta lesão apresentavam-na no gráu 1, isto é, com maceração e descamação leves dos ângulos comissurais. Encontramos maior incidência de sinais e sintomas de arriboflavinose em indivíduos que já possuíam um sinal considerado como dos mais típicos nesta deficiência. Vejam-se para isso os Quadros XXVII, XXVIII, XXIX, XXX e XXXI e os gráficos respectivamente correspondentes VI, VII, VIII,IX e X. Estudando as associações das intercorrências crescentes entre sinais e sintomas, achamos o que se encontra nas páginas 81 e 82 dêste trabalho. Medimos a excreção urinária de riboflavina em 125 indivíduos e os resultados, divididos em grupos, acham-se no Quadro XXXII. A média foi de 119,46, o desvio padrão S = 157,78 e o êrro padrão da média = 14,111.Os resultados desta medida nos indicam que 84,80% dos indivíduos que foram submetidos a êste exame apresentaram urna excreção de riboflavina tida como resultante de dieta insuficiente nesta vitamina. A distribuição da incidência de sintomas e sinais rle arriboflavinose, nos grupos cuja eliminação de vitamina 82...

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