Abstract
A campanha de nacionalização instituída durante o Estado Novo (1937-1945) interferiu na vida cotidiana dos imigrantes e descendentes estabelecidos no Brasil - denominados alienígenas em razão das etnicidades prevalecentes e das culturas diferenciadas - exigindo sua assimilação (enquanto sinônimo de caldeamento) em nome da unidade nacional. O presente artigo focaliza aspectos do discurso militar sobre a campanha e seus objetivos de assimilação forçada, a partir de textos produzidos por oficiais do Exército que trabalharam como agentes da nacionalização no Vale do Itajaí (SC) - região considerada paradigma de "enquistamento", afastada dos princípios da "brasilidade". Procura mostrar que, na condução da campanha pelos militares, prevaleceu uma concepção de Estado-nação que negou legitimidade a quaisquer formas de pertencimento étnico, conforme parâmetros próprios da ideologia nacionalista brasileira gestada desde o século XIX.

This publication has 0 references indexed in Scilit: