On the ecology of Brazilian medusae at 25º Lat. S
Open Access
- 1 January 1963
- journal article
- Published by FapUNIFESP (SciELO) in Boletim do Instituto Oceanográfico
- Vol. 13 (1) , 143-184
- https://doi.org/10.1590/s0373-55241963000100002
Abstract
A análise de 247 amostras quantitativas de plancton coletadas durante três anos em três estações fixas ao largo de Cananéia, Estado de São Paulo, até 17,2 milhas ao largo e a 28 m de profundidade, revelaram a presença de 28 espécies de medusas, 17 das quais foram estudadas detalhadamente. 1) As oito espécies seguintes podem ser consideradas bons indicadores da massa de água costeira: Podocoryne mínima, Bougainvillia ramosa, Stomotoca dinema, Laodicea minúscula, Obelia spp., Eucheilota ventricularis, E. duodecimalis, E. paradoxica. 2) As seis espécies seguintes são bons indicadores da massa de água da plataforma: Euphysora gracilis, Eucodonium brownei, Turritopsis nutricuia, Proboscidactyla ornata, Amphogona apsteini. 3) Uma espécie é bom indicador de massa de água tropical: Aglaura hemistoma, além disso ocorrem duas espécies ubiquistas. 4) A distribuição das espécies no espaço acompanha de perto a das massas de água. 5) No conjunto essas medusas são mais tolerantes em relação à temperatura do que à salinidade. Isso pode ser devido à procedência das amostras, todas de águas de pequena profundidade e portanto com uma fauna adaptada e sujeita a variações relativamente intensas de temperatura. 6) Não há duas espécies que tenham curvas semelhantes em relação à freqüência/temperatura ou frequência/salinidade, com os mesmos máximos ou com extremos comparáveis. Espécies com preferências semelhantes para salinidade, têm preferências diferentes para temperatura e vice-versa. 7) O plancton é um tipo de ecosistema juvenil, que todavia pode ser relativamente mais ou menos maduro. A massa de água costeira, submetida a mudanças contínuas é a que se mantém em estado mais juvenil de todas as estudadas no presente trabalho, enquanto a massa de água tropical (Corrente do Brasil) é a relativamente mais madura, por ser u'a massa de água velha com variações de menor amplitude e de período mais longo. A massa de água costeira é intermediária entre as duas. 8) Espécies ou fases do ciclo específico que ocupam um alto nível trófico num ecosistema jovem não podem alcançar um nível de independência do ambiente e de eficiência muito altos e portanto ou abandonam a vida planctónica ou não alcançam um nível de eficiência e estabilidade mais altos. 9) Há indícios de que certas espécies toleram concentrações de salinidade inferiores ao ótimo em temperatura baixa e vice-versa salinidade mais alta do que o ótimo favorece a sobrevivência em temperatura mais alta. Esse fato é comparado à relação temperatura/umidade do ar que foi demonstrada para certas espécies terrestres. 10) A tolerância de uma maior amplitude de variação, certos fatores ecológicos como temperatura, salinidade, etc, em condições experimentais por parte de animais planctónicos, pode ser explicada pela existência de competição inter e intraspecífica no ambiente natural, enquanto que no laboratório todos os fatores são mantidos no seu ótimo, afora aquele experimentado. Esse fato é relacionado também com o que tem sido chamado "character displacement" (deslocamento de caracteres). 11) As espécies de medusas da massa de água costeira apresentaram maior número de indivíduos, o que sugere maior produtividade dessa massa de água ou um mais alto nível de maturidade nesse ecosistema.Keywords
This publication has 8 references indexed in Scilit:
- The shelf and coastal waters off southern BrazilBoletim do Instituto Oceanográfico, 1961
- A revision of the genus Bougainvillia (Anthomedusae)Boletim do Instituto Oceanográfico, 1961
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- Considerações em tôrno das hydromedusae da região de Fernando de NoronhaBoletim do Instituto Oceanográfico, 1958
- On brazilian hydromedusae and their distribution in relation to different water massesBoletim do Instituto Oceanográfico, 1957
- Character DisplacementSystematic Zoology, 1956
- Observations on the Distribution of Plankton Animal Indicators made on Col. E. T. Peel's yacht “St. George” in the Mouth of the English Channel, July, 1935Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom, 1935
- On the Value of Certain Plankton Animals as Indicators of Water Movements in the English Channel and North SeaJournal of the Marine Biological Association of the United Kingdom, 1935